São Marcos Mártir vítima da maior perseguição aos cristãos no tempo do imperador Diocleciano
O corpo inteiro de São Marcos Mártir está no Museu de Arte Sacra da Casa de Mateus, tendo sido um dos primeiros mártires das maiores de perseguições de sempre aos cristãos, no século III, levadas a cabo pelo imperador romano Diocleciano, promotor do édito contra os Cristãos.
São Marcos Mártir, diácono da Igreja primitiva, foi martirizado em Roma, junto com o seu irmão Marceliano, provavelmente em 286. O seu corpo-relíquia, vestido com um traje militar de fantasia, executado em renda de fio e lâmina metálicos dourados, terá sido remetido de Roma com destino ao morgadio da Casa de Mateus no dia 21 de Março de 1705, devidamente certificado pelo Notário Público Apostólico.
Esta relíquia terá sido trazida diretamente de Roma por Diogo Álvares Botelho Mourão. Também conhecido como o Santo Arcediago, era irmão de António José Botelho Mourão, o construtor da Casa de Mateus na primeira metade do século XVIII. Diogo Álvares Botelho Mourão partiu para Roma em 1698, tendo aí vivido por longos vinte anos e exercido a sua influência junto do Papa Clemente XI, cujo pontificado se estende até 1721.
O escritor naturalista Abel Botelho, em artigo datado já do início do séc. XX, refere que o corpo inteiro de São Marcos custou na altura 600$000 réis.
Entre a documentação constante do Arquivo da Casa de Mateus, consta também a autorização para abertura do caixão de São Marcos Mártir, dada por D. Rodrigo de Moura Teles, Arcebispo de Braga, em visita à nova Capela da Casa de Mateus.
Outras relíquias do Museu de Arte Sacra da Casa de Mateus são constituídas por fragmentos de ossos de São Sebastião e São Paulo.
O Museu de Arte Sacra da Casa de Mateus é ainda detentor de um relicário contendo um manuscrito assinado por Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus.