O homem que quis matar Mao Tsé-Tung
Mao Tsé-Tung tinha tomado o poder há um ano, em 1 Outubro de 1949.
O italiano António Riva, piloto-aviador, herói da I Guerra Mundial, mas nascido em Xangai em 1896, filho de industriais italianos, é acusado de conspirar para assassinar Mao Tsé Tung com um disparo de morteiro na Praça Celestial (Tiananmen), durante o discurso do ditador chinês para assinalar o primeiro aniversário da revolução.
Idêntica acusação é deduzida contra o japonês Ryuchi Yamaguchi, também executado, um bispo italiano e um livreiro francês, condenados a penas de prisão.
Torturado durante horas, as autoridades referem que confessou mas no processo criminal, sem direito a advogado e outras garantias de defesa, Riva negou sempre a acusação. É abatido por um pelotão de fuzilamento no Templo do Céu em 17 de agosto de 1951 mas antes é torturado por uma mulher soldado vermelha, que lhe arranca um olho.
António Riva foi membro do partido fascista de Benito Mussolini e entre 1934 e 1949 foi instrutor dos pilotos do regime chinês de Chiang-Kai-Shek (nacionalistas)
Quando Riva foi executado, a Itália ainda não reconhecera diplomaticamente a China, o que só veio a acontecer em 1970, meses antes da Assembleia Geral da ONU também o fazer. O governo do primeiro-ministro Alcide de Gasperi condenou a execução mas nada pôde fazer.