Paulo Rangel: “O Benfica é Barrabás (ladrão) e devia ir um ano para a segunda divisão”
Foi há 20 anos que Paulo Rangel, hoje candidato a líder do PSD, criticou o Benfica por causa das dívidas fiscais do clube, apelidando-o de Barrabás, o ladrão que foi salvo pelo povo judeu de ser crucificado na cruz como Jesus Cristo.
Na altura, o artigo causou bastante polémica, acrescida pelo facto de Rangel ser um simpatizante do FC Porto.
Num artigo no semanário Independente, publicado em 16 de Fevereiro de 2001, intitulado “O Estado Pilatos e o Benfica”, Paulo Rangel escreveu:
“Pergunto: Não seria mais saudável para a sociedade portuguesa que o Benfica desse o exemplo, cumprisse as suas dívidas e arcasse com as consequências? Mesmo que, qual Atlético, tivesse de purgar um ano na Divisão de Honra? Isso não dignificaria aquela que chama a ‘instituição desportiva mais importante do país’? No fundo, trata-se de abdicar de meio Jardel ou de Roger e meio.
O Estado é Pilatos (isso já todos sabíamos). O problema é que o Benfica não é Jesus Cristo, é Barrabás. E o Dr. Pinto Leite quer que a populaça saia à rua e obrigue Pilatos a soltar Barrabás.” (alusão a Vasco Pinto Leite, na altura dirigente dos órgãos sociais dos encarnados).
Este artigo de Paulo Rangel foi republicado no livro “Uma Democracia Sustentável”, edições Tenacitas, Lisboa 2010, que reúne várias crónicas e artigos da autoria do actual candidato a líder do PSD.
Na altura, o clube da Luz justificou que a sua situação fiscal estava coberta pelo chamado Totonegócio, uma solução governamental dos anos 1990 que permitia a compensação entre as dívidas ao fisco e as receitas do Totobola.