“Parece-me clara a ambição de Paulo Portas suceder a Marcelo Rebelo de Sousa”
É a jornalista e analista política Maria João Avillez quem o diz no prefácio ao seu mais recente livro, “As Setes Estações da Democracia” (Editora D. Quixote), sete entrevistas da jornalista, publicadas na comunicação social, a sete entrevistados que falam sobre sete personalidades políticas que criaram “ismos” na política: Mário Soares, Sá Carneiro, Cavaco Silva, António Guterres, Passos Coelho, António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa.
Escreve Maria João Avillez sobre a entrevista que fez a Paulo Portas, tendo este “dissertado” sobre o seu antigo ódio de estimação Marcelo Rebelo de Sousa:
“Pareceu-me clara a ambição de Portas – ou deveria dizer decisão? – de suceder ao chefe de Estado que se prestara com gosto a analisar. Ou seja: ter Belém como horizonte poderia ser já a primeira prioridade: na sua vida, no modo de a conduzir, na maneira de se expor e… se expor.
É certo que eu não desconhecia os rumores que indiciavam essa pretensão presidencial, mas ali ela quase se corporizou: não foram precisas palavras. As que ele disse sobre o actual chefe de Estado foram tão sabiamente empregues que tiveram sentido duplo. Foi como se houvesse uma segunda entrevista, dentro da entrevista que lhe fiz sobre Marcelo: o futuro candidato a Belém explicitava nas entrelinhas como é que faria – se … Subentendido: se fosse com ele. Mais: e se fosse com ele, em certos casos e questões, talvez não fosse obrigatoriamente assim”.
As próximas eleições presidenciais realizam-se em Janeiro de 2026. À direita, os candidatos que hoje se perfilam são: Passos Coelho, Durão Barroso, Santana Lopes, Paulo Portas e André Ventura. À esquerda, os candidatos possíveis são: António Guterres, António Costa, Carlos César e Ferro Rodrigues.