O mundo está assim, numa crise profunda
Fechou-se o mundo por causa do Covid-19, um vírus “relativamente bonzinho” e agora morrem milhares de pessoas por verdadeiras causas ainda por apurar. O adiamento de exames e diagnósticos é uma das causas possíveis mas há hipóteses mais dramáticas a considerar.
Vive-se uma guerra louca na Ucrânia que ameaça a paz e o bem estar mundiais. No mundo ocidental há quem abençoe a guerra, como fazia o general franquista José Millán-Astray com o seu “Abajo la inteligencia, viva la muerte”.
O extâse à volta das exéquias de Isabel II, como se o Homem tivesse ido a Marte, parece ameaçar a ideia de que as Repúblicas são, afinal, uma das maiores conquistas civilizacionais da Humanidade.
As pessoas, traumatizadas com o Covid e apreensivas com a Guerra na Ucrânia e a crise económica, ora estão preocupadas e ansiosas, ora indiferentes e alienadas. A saúde mental é o grande desafio dos próximos tempos.
É certo que nas democracias as monarquias têm hoje um poder apenas simbólico. Mas, se a sua natureza é só esta para quê existirem? Não faltam exemplos que provam que este poder simbólico se transfigura apenas em intriga, mexerico, corrupção, vidas profundamente vazias e doentias. Isabel II, metediça e tóxica, controlou ou desfez a vida privada e sentimental de muitos familiares, a irmã, os filhos, a infeliz Diana, até os netos. O novo rei de Inglaterra Carlos III, é mais conhecido aos 70 anos por adorar ser o “tampax” de Camilla e ter feito negra a existência de Diana.
Além do mais, as monarquias são um poder simbólico e podre que custa dinheiro aos Estados e têm normalmente uma riqueza colossal em propriedades que nunca foram expropriadas e o deviam ser a favor da comunidade.
Por cá, Marcelo Rebelo de Sousa, o chefe de Estado mais monárquico de Portugal, ex-Presidente da Fundação Casa de Bragança, ajoelhou e benzeu-se perante o corpo de Isabel II, num país onde, como no mundo, tudo é verdadeiramente inconsequente, outro sinal da grande crise (mas também um sinal de esperança de que as contradições podem um dia redundar num renascimento, como se renasceu nos séculos XV e XVI após a Idade Média).
Há um Portugal onde Marcelo ajoelha e benze e que decreta três dias de luto nacional pela morte de Isabel II e um Portugal que tem um Partido Popular Monárquico que nas últimas eleições legislativas de 2022 ficou em último lugar com … 260 votos a nível nacional e 0,00 %.