Os bancos estão na maior
É um autêntico negócio da China.
Foram salvos pelos governos na crise financeira de 2008 com muitos milhões de euros dos contribuintes.
Com a política do BCE de compra de dívida soberana nos últimos dez anos, e aumento da moeda em circulação, ficaram com os cofres cheios a taxas de juro nulas.
No mesmo período de tempo, remuneraram a 0,0 ou 0,1 (taxa zero ou taxa a uma décima) os depósitos a prazo dos clientes, exactamente porque não precisavam de dinheiro porque o BCE lhes encheu os cofres. Ainda hoje vivem à sombra desta bananeira, daí que remunerem actualmente depósitos a prazo a 1%, quando o Estado já paga em Fevereiro de 2023 3,403% por certificados de aforro série E.
Emprestaram dinheiro a rodos aos particulares para compra de habitação a juro baixo mas sempre rentável.
Agora que a taxa Euribor sobe todos os meses, as taxas de lucro dos bancos aumentam quatro e cinco vezes.
Começaram há cerca de três anos a cobrar comissões exorbitantes pela simples manutenção das contas bancárias, cobrando entre 60 e 100 euros por ano.
Com a crescente digitalização, os seus custos fixos diminuíram brutalmente. Deixaram de ocupar espaços físicos e pouparam nas rendas de lojas e edifícios. Despediram milhares de trabalhadores e pouparam nos salários e nos descontos para a Segurança Social.
É natural que os lucros anuais dos bancos não parem de crescer, como se viu hoje no anúncio dos resultados do Santander e do BPI relativos ao ano passado. O lucro do Santander Totta duplicou em 2022 para 568,6 milhões de euros. O lucro do BPI em 2022 aumentou 19%, para 365 milhões de euros. O BCP ainda não apresentou as contas de 2022 mas em Outubro já levava um lucro de quase 100 milhões de euros.
Os bancos estão no bem bom.