António de Spínola queria manter a PIDE
António de Spínola queria manter a PIDE
O primeiro Presidente da República a seguir ao 25 de Abril de 1974 disse em conferência de imprensa um dia após o golpe de Estado militar já ter sido “chamada a atenção da DGS” (Direcção Geral de Segurança, o novo nome da PIDE após Marcelo Caetano chegar ao poder) para não agir de forma a que merecesse “mais quaisquer reparos pelo povo português”.
O general Spínola já nomeara no próprio dia 25 de Abril, uma nova chefia para a DGS, o seu antigo colega do Colégio Militar, Rogério Coelho Dias.
É o coronel Manuel Bernardo, no seu livro Marcello e Spínola: a ruptura, edição Margem, Lisboa 1994, quem recorda este facto.
Também a historiadora Irene Flunser Pimentel confirma a nomeação de Coelho Dias, referindo que este começou mesmo “abruptamente a dar ordens a toda a gente como se já fosse o dono de tudo”, o que provocou mesmo mal-estar na sede da DGS, na noite de 25 para 26 de Abril. (in Informadores da PIDE, Uma Tragédia Portuguesa, Temas e Debates, Lisboa 2022).