Leonor, vai formosa e não segura
O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, lançou, numa entrevista ao jornal Expresso, a candidatura de Leonor Beleza à Presidência da República.
É talvez a candidata preferida de Marcelo Rebelo de Sousa, que, aliás, pode ter “soprado” a candidatura de Beleza para dentro do PSD.
Leonor Beleza também teria o apoio efusivo de Cavaco, que sempre nutriu respeito e admiração pela ex-ministra da Saúde.
Se fosse eleita, Beleza seria o terceiro Presidente da República eleito à direita, prEcisamente depois de Cavaco e Marcelo.
Beleza tem hipóteses de sair ganhadora?
Vejamos os pontos favoráveis e os pontos negativos.
Pontos favoráveis:
È mulher, num país que nunca teve uma como Presidente da República, nem como primeiro- ministro.
Tem o apoio entusiasta de Marcelo Rebelo de Sousa e Cavaco Silva
Tem a notoriedade de ser Presidente da Fundação Gulbenkian
Tem a imagem de defensora dos direitos das mulheres, desde que chefiou a Comissão da Condição Feminina, no final dos anos 1970
O efeito Kamala Harris, se esta for eleita este ano Presidente dos EUA, o que será inédito no país, deverá beneficiá-la
Pontos negativos:
O caso do sangue contaminado com sida, que vitimou dezenas de doentes hemofílicos nos anos 1990, quando Leonor Beleza era ministra da Saúde, é a sua grande fragilidade. Do ponto de vista material, o que é o mais relevante para o domínio político, a justiça não conseguiu isentar Leonor Beleza de culpa e violação dos seus deveres de diligência na importação de lotes de sangue contaminado com sida. O caso, depois de muitos recursos, interpostos pelo advogado de Leonor Beleza, Daniel Proença de Carvalho, prescreveu. Acontece a milhares de casos na justiça, o problema, no caso de um cidadão com outras aspirações, é a responsabilidade política.
A ligação de Leonor Beleza a poderosos interesses económicos. António Champalimaud destinou 500 milhões de euros à criação da Fundação com o seu nome e escolheu Leonor Beleza para a dirigir. Daniel Proença de Carvalho, uma figura polémica, advogado do magnata português, ex-presidente da RTP, foi o padrinho da nomeação.
O passado demonstra que nenhuma mulher foi bem sucedida ao lançar-se na corrida a Presidente da República ou a Primeiro-Ministro, como aconteceu com Maria de Lurdes Pintasilgo, Manuela Ferreira Leite e Maria de Belém Roseira