PS: o amiguinho de Montenegro

O Chega está sozinho na oposição ao governo no caso Imobiliário gate. E tão cedo não vai perder esta pool position, como prova a Comissão de Inquérito parlamentar que quer agendar na Assembleia da República.
Já o PS, a única alternativa de governo ao PSD, há meses que está praticamente paralisado, deixando o Chega assumir um papel central que devia ser seu.
O voto contra a moção de censura do Chega, em vez da abstenção (como fez o PCP), deixa o PS fora da agenda do Imobiliário gate, impedindo-o de criticar o governo nesta matéria.
Se o caso se adensar, ainda mais complicada se torna a posição do PS.
Pedro Nuno Santos parece estar condicionado no papel de oposição ao governo desde que a ala mais moderada do PS, na altura capitaneada por Correia de Campos, criticou o líder socialista por rejeitar algumas propostas do PSD para o Orçamento de Estado de 2025.
Hoje, no caso Imobiliário gate, Nuno Santos parece ter medo de novas críticas dentro do partido, o que é meio caminho andado para perder a credibilidade junto do eleitorado que granjeou nas eleições legislativas de março de 2024, conseguindo ficar taco-a-taco com Luís Montenegro, apesar dos nove anos que o PS já levava de governo com António Costa.