China contra entrada da Suécia e Finlândia na NATO
A entrada destes dois países nórdicos na NATO poderá levar a China a tornar-se mais activa na defesa política da Rússia relativamente ao teatro de guerra ucraniano.
Pequim tem mantido o silêncio sobre esta possibilidade, considerada “inevitável” em muitos meios ocidentais mas a Declaração Conjunta assinada entre a China e a Rússia a 4 de fevereiro de 2022, não deixa dúvidas.
“As partes opõem-se a um maior alargamento da NATO e apelam à Aliança do Atlântico Norte para que abandone as suas abordagens ideologizadas da Guerra Fria, respeite a soberania, a segurança e os interesses de outros países, a diversidade das suas origens civilizacionais, culturais e históricas e adopte uma atitude objetiva em relação ao desenvolvimento pacífico de outros Estados”, lê-se na Declaração, assinada pelo presidente russo Vladimir Putin e pelo presidente chinês Xi Jinping.
A Declaração Conjunta, que fala numa “parceria sem limites” entre os dois países, refere ainda que “não há áreas “proibidas” de cooperação”, no que que é interpretado por muitos analistas como envolvendo a área militar.
A Declaração Conjunta, assinada menos de um mês antes da invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de Fevereiro de 2022, tem outros pontos de convergência entre a Rússia e a China que o Objectivo recorda:
“A parte chinesa apoia e está solidária com as propostas apresentadas pela Federação Russa para criar garantias de segurança a longo prazo na Europa, juridicamente vinculativas”.
“As partes reclamam o estabelecimento de um novo tipo de relacionamento entre as potências mundiais com base no respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação mutuamente benéfica”.
“A parte chinesa reconhece a importância dos esforços feitos pela parte russa para estabelecer um sistema justo multipolar de relações internacionais”.
“As partes reafirmam que as novas relações entre a Rússia e China estão acima da aliança política e militar estabelecida entre os dois países durante a Guerra Fria”.
“A amizade entre os dois Estados não tem limites, não há áreas “proibidas” para a cooperação”
“O fortalecimento da cooperação estratégica entre as partes não é direcionado contra países terceiros nem afetado pela mudança do ambiente internacional ou mudanças circunstanciais em terceiros países”.
“As partes pretendem resistir às tentativas de substituir formatos e mecanismos universalmente reconhecidos e consistentes com o direito internacional por regras elaboradas em privado por certas nações ou blocos de nações”
“As partes são contra a abordagem indireta e sem consenso dos problemas internacionais, opondo-se à política de sanções, bullying e aplicação extraterritorial de jurisdição”