Cobaias não!
A explicação da derrota portuguesa frente à Geórgia no Euro 2024 pode ser esta: do ponto de vista psicológico é complicado jogadores jovens mas já estrelas no mundo do futebol serem usadas como cobaias num jogo para cumprir calendário. Como fez Roberto Martinez.
A constituição da equipa no jogo frente à Geórgia foi a consequência lógica da decisão do treinador, nos dois jogos anteriores, de colocar em campo jogadores mais velhos, como Pepe com 41 anos e Ronaldo com 39 anos, em vez de construir uma equipa com valores mais jovens, como Ricardo Conceição, João Félix e António Silva.
A qualidade de um treinador de futebol pode avaliar-se pela capacidade de decidir sem pressões da comunicação social ou da opinião pública. Não é o que Martinez tem feito, cedendo quase sempre a “encomendas” deste universo para colocar os mais velhos a jogar, sobretudo no caso de Ronaldo.
O que aconteceu na selecção portuguesa na primeira fase de grupos podia ter dado origem a uma espécie de Saltillo 86. Em vez de reclamarem prémios, como aconteceu no Mundial de 1986, os menores de 25 anos da nossa formação já podiam ter ameaçado não jogar por serem “atirados” para o banco. Ronaldo e Pepe tiveram o seu tempo, desfrutando de várias ocasiões em Europeus e Mundiais para mostarem o seu valor. Agora é tempo dos novos. Cobaias não!