Covid: de um lado a União Nacional, do outro o comunismo
De um lado os movimentos sociais inorgânicos, designadamente os negacionistas, até das máscaras, agora próximos da extrema direita ideológica, como diz o SIS. Do outro os fundamentalistas do confinamento, que têm conseguido levar o poder político a aplicar muitas medidas de rigoroso fechamento, sobretudo após o “trauma” do Natal de 2020.
No meio destes extremos sobra pouco espaço para os que acham que o Covid não é uma “gripezinha” mas também não é o vírus do Ébola. São naturalmente necessárias medidas de responsabilidade social e protecção contra um vírus com reações graves e imprevisíveis em muitos organismos.
Reacções inesperadas que, estatisticamente são muito baixas mas constituem uma “fava” que pode sair a qualquer um, como disse metaforicamente o socialista Francisco Assis.
A vida é única mas é também um eterno risco. Pode não se morrer de Covid-19 e das suas variantes, mas morrer-se de uma doença incurável que aparece subitamente, de um acidente de trânsito, da queda de um avião, de outro factor imprevisto.
É preciso olhar para a economia, para a saúde mental, para as relações físicas entre as pessoas.
De um lado não pode estar, como há quase cem anos, o Estado Novo, o salazarismo, a União Nacional, e do outro o comunismo, que fez praticamente sozinho a oposição àqueles e moldou milhares de jovens durante várias décadas antes do 25 de abril (matéria para outro texto de Opinião no Objectivo sobre o trauma de amor-ódio que a esquerda portuguesa que dirige o país há 50 anos tem com o Partido Comunista Português.)
É sempre necessária uma terceira via, a da razão, sem extremismos nem ideologias, políticas ou sanitárias.
Paulo Gaião
Director