General Ben Hodges acerta na previsão de guerra EUA-China em 2033?
Chama-se Ben Hodges, é um general norte-americano na reserva que foi um dos comandantes militares da NATO na Europa ente 2014 e 2017.
Em Outubro de 2018, em Varsóvia, num Fórum de Segurança que reuniu líderes e especialistas militares e políticos da Europa Central, Ben Hodges surpreendeu o mundo quando disse que “muito provavelmente os EUA estarão em guerra com a China dentro de 15 anos”, ou seja em 2033.
Hoje perante a guerra na Ucrânia e a aliança estratégica que se desenha entre a Rússia e a China no que concerne à visão sobre este conflito, as palavras de Hodge são quase proféticas.
Nos últimos dias, os EUA aumentaram as advertências a Pequim de que não vão tolerar ajudas económicas e, muito menos ajudas militares a Moscovo. Na linha de que o amigo do meu inimigo, meu inimigo é, os EUA ameaçam a China com sanções do mesmo género daquelas que têm sido aplicadas à Rússia.
No Fórum de Varsóvia de 2018, Hodges considerou ainda que os Estados Unidos precisavam de ter um pilar europeu de defesa muito forte para poderem concentrar-se no Pacífico, enfrentando a China. “Os Estados Unidos não têm capacidade para se desdobrar entre a Europa e o Pacífico, lidando com a ameaça chinesa”, disse o general.
Hoje, o caminho que se trilha na Europa, consequência da ameaça russa após a invasão da Ucrânia, é precisamente o aumento dos orçamentos de defesa na Europa no quadro da NATO.
O Fórum de Segurança na Polónia de 201 teve ainda outras intervenções que, vistas à luz dos acontecimentos de hoje, assumem grande significado.
O então Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Pavlo Klimkin, referiu que “a Europa precisa de uma abordagem mais proativa em relação às ameaças que emanam da Rússia e um foco maior na solidariedade transatlântica”.
O analista de política externa australiana, Bobo Lo, disse que “a divisão bipolar entre Rússia e Ocidente é crescente e ainda poderá levar a violentos conflitos militares”.