Gravuras do Côa: um filme com 20 mil anos
Os primeiros habitantes do Vale do Côa criaram há 20 mil anos de criarem as primeiras imagens em movimento gravadas na pedra.
A representação sucessiva da mesma figura em diversas posições, bem patente em cenas de acasalamento de cavalos ou auroques ou aplicada à cabeça de veados auroques ou cabras monteses, dá uma sensação de imagem em movimento e pode ser vista em vários locais do Parque Côa, como por exemplo na Penascosa, onde está gravado na pedra o acasalamento de cavalos, também observável na réplica da gravura que se encontra no Museu do Côa.
Ao longo dos últimos 17 km do curso do rio Côa identificaram se desde meados da década de 1990 cerca de duas dúzias de núcleos de arte rupestre, totalizando 164 painéis decorados e vários milhares de gravuras cujo cômputo final está ainda longe de conhecido mas que se podem estimar em cerca de 5 mil”, como pode ler-se no Dicionário de Arqueologia Portuguesa, de Jorge de Alarcão e Mário Barroca, editora Figueirinhas, Porto 2012
“As representações foram obtidas tanto por abrasão como por incisão ou ainda por abrasão e raspagem , por vezes associada às técnicas anteriores . Quanto à temática dominam cavalos e auroques e são menos frequentes os veados e as cabras monteses e excepcionais outras representações como peixes na Canada do inferno e em Penascosa ou a figura humana no painel 2 da Ribeira de Priscos”, refere a mesma publicação.