III Guerra Mundial na Ucrânia? Só se estivermos mesmo maluquinhos
Estaríamos todos verdadeiramente malucos, após o Covid, se a Ucrânia, um território sem relevância ao longo dos últimos mil anos, com umas nesgas de independência face aos russos e aos polacos, desse origem a uma Terceira Guerra Mundial.
Como é sabido, na I Guerra Mundial, o problema surgiu entre a França, só a maior potência europeia do Século XIX, e a Alemanha (ao lado do Império Austro-Hungáro), nada mais nada menos que a potência ascendente do Século XX (nessa altura a Rússia ainda estava estava mais ao menos na Idade da Pedra).
A Segunda Guerra Mundial também não deixa dúvidas sobre o calibre das potências envolvidas. De um lado a Alemanha reerguida (após o choque das indemnizações da I guerra, a híperinflação, a recessão e o desemprego), e do outro a Inglaterra (que regressa em força ao teatro das grandes potências) e a Rússia (que dá um passo de gigante na indústria de armamento) com a ditadura estalinista. A anexação da Áustria, só a capital dos Habsbursos durante séculos, a invasão da Checolosváquia (domínio histórico do império austro-húngaro, e a invasão da Polónia (que dominou durante décadas a Ucrânia) levaram ao desencadear do conflito.
Além do mais, não há uma base lógico e racional (dentro da irracionalidade de todos os conflitos que matam milhões e destroem riqueza) para um conflito mundial por causa da Ucrânia.
Não há dúvidas que hoje o bom senso está do lado dos russos. Basta comparar com crises antigas, que puseram o mundo à beira de um novo conflito.
Em 1962, a URSS instalou mísseis nucleares em Cuba, a poucos quilómetros dos EUA. Estes não permitiram e o mundo esteve à beira de uma guerra. A URSS acabou por recuar.
Hoje, 60 anos passados, a situação é semelhante no que se refere à Ucrânia. Este país, fortemente hostil à Rússia, situado muito perto dos centros nevrálgicos de poder russo, políticos, económicos, sociais (Moscovo está a 800 km de Kiev e São Petersburgo a 1500 Km) foi armado nos últimos anos pelos EUA e pela Europa (através da Alemanha). É natural que Vladimir Putin tenha imposto linhas vermelhas. O minímo que pede é que a Ucrânia não entre para a NATO e já está a ser bastante tolerante.
A Ucrânia comporta-se hoje, como um país incendiário e apalhaçado em busca da guerra, só para se tentar evidenciar, armando e mobilizando os seus cidadãos para a grande batalha contra a Rússia.
É evidente que o problema só se torna verdadeiramente perigoso porque os EUA e a Europa deixaram a Ucrânia brincar com o fogo.
A União Europeia, que há muito não tem um naco de testa para políticas de defesa, não explicou à Ucrânia que a sua pretensão de entrar na NATO só podia ser uma brincadeira de carnaval.
Os EUA há décadas que são um problema para a segurança mundial. Nunca souberam por Israel na linha e acabar com a humilhação dos palestinianos, que os leva a celebrar na rua ataques aos EUA, como o 11 de Setembro. Na Guerra do Golfo defenderam as ditaduras reais do Golfo, cheias de luxos e petrodólares, que violentam todos os dias os direitos das mulheres. Mentiram para invadir o Iraque e executar Saddam Hussein. Ocuparam o Afeganistão durante 20 anos e abadonaram-no com o mesmo tipo de problemas. Bombardearam a Líbia e deixaram matar Muammar Khadafi e criararam um país de senhores da guerra como a Somália.
Hoje, na Ucrânia, os EUA são os grandes responsáveis por uma política lunática e incendiária que leva a Europa atrás e que pode dar origem à guerra mais amalucada e estúpida do mundo.