O boletim de saúde de Marcelo Rebelo de Sousa
O Presidente da República emitiu um novo Boletim sobre a situação do Covid em Portugal.
Pode dizer-se que o Presidente da República não é médico.
Mas não é totalmente assim.
Marcelo sabe mais que muitos médicos. Lê tudo sobre medicina e está a par de todos os medicamentos. O próprio admitiu há poucos anos que chega a uma farmácia e pergunta: “então novidades”.
Marcelo já confessou que é hipocondríaco. Ora, como muitos hipocondríacos, é por isso que sabe muito de medicina.
O próprio médico da Presidência da República, Daniel de Matos disse numa entrevista ao DN em 2016, que o Presidente da República “É um hipocondríaco confessado e erudito (…) É erudito médico-farmacologicamente”.
Perante este quadro, merecem credibilidade os boletins de Marcelo sobre o Covid?
Toda a credibilidade. Ainda com um acrescento: apesar de ser hipocondríaco Marcelo consegue ver a evolução do vírus e a situação com racionalidade e controlou o medo.
Há mais de um mês que o Presidente da República começou a rodar o filme do fim da Pandemia.
O presidente da República disse hoje em Mirandela que a Pandemia deve acabar em poucas “semanas” com o esforço de vacinação realizado. Não falou das variantes, nem da Delta, nem da Lambda, nem outra variante vindoura.
Em 26 de Maio, defendeu a revisão das matrizes de risco e disse:
“A vida tem de continuar, por muito que nós sejamos sensíveis a algumas vidas e alguns casos de saúde que existam, a vida tem de continuar e vai continuar nos próximos meses e nos próximos anos, como aconteceu com outras epidemias, embora não tão duradouras e não tão complexas como esta pandemia”,
A 10 de junho na Madeira referiu:
”A nossa vida continua. A nossa vida recomeça. A nossa vida reconstrói-se, olhando para o futuro.
Em 13 de Junho, na Feira de Santarém, foi ainda mais longe: “Já não voltamos para trás. Não é o problema de saber se pode ser, deve ser, ou não. Não vai haver. Comigo não vai haver [confinamento]. Naquilo que depender do Presidente da República não se volta atrás”
“É bom que os especialistas digam o que têm a dizer. Agora, o país não é governado pelos especialistas, é governando por quem foi eleito para governar”,
E a 30 de junho, tendo em conta os números de mortes e cuidados intensivos Covid nos hospitais afirmou: o “discurso alarmista fundamentalista” não se justifica”,
E a 5 de Julho, na recepção aos atletas portugueses para os Jogos Olímpicos: “A vida não para, não acaba com a pandemia. Há mais vida para além da pandemia, há mais desporto, mais solidariedade, mais esperança para além da pandemia”,
Este filme de Marcelo decorre ao lado de um outro, do governo de António Costa, cujo enredo é a alarmar os cidadãos com novas restrições, nos restaurantes, hotéis e alojamentos locais.
Aqui ao lado, em Espanha, o socialista Pedro Sanchéz, fechou o país a eito com o Covid e viu em Madrid a derrocada do PSOE e da esquerda às mãos da direita de Isabel Ayuso, vereadora que soube ter uma politica Covid racional e inteligente na capital espanhola, granjeando o apoio de muitos empresários e comerciantes.
Em Portugal, o acerto de contas sobre a política Covid está previsto para as eleições autárquicas de 26 de Setembro, com Marcelo Rebelo de Sousa como virtual mandatário de causas das candidaturas da direita por esse país fora, com Lisboa à cabeça. Trabalho que o inepto Rui Rio, claro, não sabe fazer.