O enigma do maior diamante do mundo: o diamante português
Chama-se diamante português, tem 127.01 quilates e é o maior do mundo, pertencente à colecção do Museu de História Natural, em Washigton DC. O diamante foi comprado pela multimilionária norte-americana Peggy Joyce em 1928 a um grupo de negociantes de arte. O museu em Washington adquiriu-o em 1963.
A sua origem é desconhecida mas uma lenda refere que terá sido encontrado no Brasil, no século XVIII, então colónia pertencente a Portugal, e que terá entrado no acervo das jóias da coroa portuguesa. Daí o seu nome de Diamante Português.
O Museu de História Natural de Washington DC refere na apresentação do diamante que a sua origem portuguesa não tem sustentação histórica.
Mas o investigador José Pinto Casquilho, vice-reitor interino da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de Timor Lorosae, defende que o diamante é mesmo português. Apresenta esta tese num artigo da sua autoria na revista “Diálogos”, intitulado “O Enigma do Diamante Português”.
Pinto Casquilho segue o rasto do diamante na posse família real portuguesa, identificando-o num retrato e na estátua de D. José I no Terreiro do Paço, em Lisboa. Também em retratos de D. Maria I e D. João VI, respectivamente filha e neto de D. José.
O quadro “Alegoria à Aclamação do Rei D. José I de Portugal”, de Joana Salitre, datado de cerca de 1750, pertencente ao Palácio das Necessidades, tem o diamante retratado, segundo Pinto Casquilho. O mesmo se diga da estátua de D. José, na parte direita do tronco do rei, num tamanho apreciável.
O retrato da Rainha Maria I de Portugal, de autor desconhecido, datado de cerca de 1789 e pertencente ao Museu da Inconfidência Mineira (Ouro Preto, Brasil), também tem retratado o diamante, segundo o investigador, segurando a faixa real. Por último, no quadro de D. João VI, executado pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret, datado de 1716, o diamante prende o manto do rei.
José Pinto Casquilho refere ainda várias hipóteses para a saída do diamante da posse da família real portuguesa, desde ter servido de garantia para empréstimos, até a rainha Carlota Joaquina se ter apoderado dele para sustentar as despesas de guerra de D. Miguel no conflito com D. Pedro e os liberais, passando pela hipótese de D. Carlos o ter vendido para custear as despesas reais avultadas.
Pode ler o artigo do investigador José Pinto Casquilho no seguinte endereço electrónico: