O Ocidente e o resto do mundo
O mundo está cada vez mais dividido entre o Ocidente e o resto do mundo.
O Ocidente compreende os EUA, a União Europeia, o Reino Unido, Israel, o Japão e a Austrália.
O resto do mundo é o resto do mundo, praticamente todo com razões de queixa do quero, posso e mando do Ocidente, ainda assente em razões históricas de um mundo unipolar que hoje não existe.
Israel tem uma cultura de guerra e de violação sistemática dos direitos palestinanos, alguns conferidos por acordos que o próprio país assinou mas tem a total complacência do Ocidente.
A Rússia é considerada pelo Ocidente, desde a invasão da Ucrânia, um pária internacional que necessita de ser esmagado, ignorando a grande potência que é, herdeira da URSS, os seus interesses estratégicos, os magníficos recursos naturais que lhe fazem dela um dos países mais ricos, a sua ampla história desde os primeiros czares, a Pedro o Grande até ao seu papel crucial na queda do nazismo na II Guerra Mundial.
O poder da China é combatido pelo Ocidente, quer por meios políticos, quer por meio de taxas alfandegárias, tentando evitar que a China se torne na maior potência do mundo, quer em termos geoestratégicos, quer económicos.
O Ocidente grita que a China não pode fazer a reunificação com Taiwan, mas a Europa e os EUA fizeram a reunificação da Alemanha.
Depois de ter aberto o comércio mundial à China há mais de 20 anos, porque tal era decisivo para os interesses ocidentais, o Ocidente quer evitar que a China o inunde de produtos tecnologicamente sofisticados como os carros eléctricos, colocando-lhe elevadas taxas de importação. É um jogo que contraria o livre comércio.
A pujança chinesa é uma realidade e o Ocidente ao não aceitar o lugar da China como grande potência mundial, só está a alimentar ressentimentos que podem redundar, mais tarde ou mais cedo, num novo conflito mundial.
A Índia é outro colosso económico que o Ocidente tarda em respeitar, gerando incompreensão e revolta.
Na América Latina e em África, o Ocidente é cada vez mais visto como fora da realidade do mundo multipolar de hoje.