O zénite da hipocrisia de António Costa
O primeiro-ministro António Costa atacou o líder do PSD, Rui Rio, por não gostar de magistrados e jornalistas numa entrevista que deu há dias ao Jornal de Notícias. E saiu-se com esta, que demonstra como mesmo António Costa, mestre do cinismo e da hipocrisia, é capaz de se superar a si próprio: “A verdade é que um político num regime democrático pode até não gostar muito das coisas que os senhores escrevem, eu muitas vezes não gosto, mas temos de respeitar e não temos de desenvolver ódio relativamente à Comunicação Social”.
Ora, em 25 de abril de 2015, António Costa, perante um artigo de opinião do jornalista e então director-adjunto do Expresso, João Vieira Pereira, num texto aliás de tom moderado e de mera crítica política do jornalista sobre as propostas económicas apresentadas pelo PS, enviou ao jornalista, na noite de 25 de Abril de 2015, este sms ameaçador:
“Senhor João Vieira Pereira. Saberá que, em tempos, o jornalismo foi uma profissão de gente séria, informada, que informava, culta, que comentava. Hoje, a coberto da confusão entre liberdade de opinar e a imunidade de insultar, essa profissão respeitável é degradada por desqualificados, incapazes de terem uma opinião e discutirem as dos outros, que têm de recorrer ao insulto reles e cobarde para preencher as colunas que lhes estão reservadas. Quem se julga para se arrogar a legitimidade de julgar o carácter de quem nem conhece? Como não vale a pena processá-lo, envio-lhe este SMS para que não tenha a ilusão que lhe admito julgamentos de carácter, nem tenha dúvidas sobre o que penso a seu respeito. António Costa.”