Petição pública para Guterres ser candidato presidencial em 2026
Quem é o político que, como nenhum outro, merece coroar a sua longa e extraordinária carreira como Presidente da República? Sem dúvida António Guterres.
É um homem que já tinha forte consciência política e social antes do 25 de Abril, intervindo nos movimentos católicos progressistas e foi membro da SEDES.
Adere ao PS em 1973, portanto antes do 25 de abril, pertencendo ao seu núcleo fundador.
Com 26 anos faz parte da estrutura do I Governo Provisório a seguir à Revolução, como chefe de gabinete do secretário de Estado da Indústria e Energia, Torres Campos, um executivo spinolista e liberal, liderado por Palma Carlos. Continuou com o mesmo cargo, no II e III Governo Provisório, chefiado por Vasco Gonçalves.
Estreia-se como deputado eleito pelo PS nas primeiras eleições legislativas após o 25 de abril, em 1976.
Afronta o líder socialista Mário Soares quando este retira o apoio à recandidatura presidencial de Ramalho Eanes e fortalece a relação com Salgado Zenha, o nº 2 do PS, também critico de Soares. O que não o impede de apoiar Soares contra Zenha nas presidenciais de 1986, factor decisivo para obter o apoio dos soaristas quando é eleito secretário-geral do PS em 1992, batendo Jorge Sampaio.
Ganha as eleições legislativas de 1995 com maioria relativa e tem uma governação de sucesso até 1999, marcada pelo ano de ouro português de 1998, com a Expo 98 e a inauguração da Ponte Vasco da Gama. Repete a vitória em 1999, obtendo 115 deputados dos 230 do plenário da Assembleia da República.
Preside à Internacional Socialista de 1995 a 1999.
É pressionado pelos líderes europeus da altura para ser presidente da Comissão Europeia, o que recusa por razões pessoais (morte da mulher e filhos menores a cargo) e razões políticas (por entender não existir alternativa de sucesso no PS).
A governação do seu segundo Governo corre mal, com péssimas decisões e vários escândalos (por exemplo o de Armando Vara com a Fundação de Prevenção e Segurança). A queda da Ponte de Entre os Rios em 6 Março de 2001, de que resultou a morte de 59 pessoas, é uma tragédia de que não recupera. Quando o PS perde as eleições autárquicas de 16 de Dezembro de 2001, não em votos mas em número de Câmaras, Guterres demite-se.
Em 2005 é nomeado Alto Comissário da ONU para os Refugiados, cargo que exerce até 2015, o primeiro desempenhado por um português.
Em 24 de Novembro de 2016 é eleito secretário-geral da ONU e será reeleito em 2021, para um mandato que termina em 2026 mas que pode ser antecipado, a tempo de ser candidato para as eleições presidenciais de 2026.
Como secretário-geral da ONU tem feito um trabalho meritório, dentro das limitações de poderes da organização, e muito equilibrado nas guerras da Ucrânia e entre o Israel e o Hamas. Sobre esta última referiu que os ataques terroristas do Hamas em 7 de Outubro de 2023 “não aconteceram no vácuo”, uma frase corajosa que lhe granjeou respeito e admiração em sectores internacionais progressistas e deverá garantir-lhe a votação da esquerda portuguesa, defensora dos direitos palestinianos, sem perder o apoio do centro, já que Guterres tem uma imagem moderada no eleitorado português, sobretudo por ser um católico convicto.
Guterres é considerado, nacional e internacionalmente, um homem brilhante. Marcelo Rebelo de Sousa, seu amigo desde a juventude, diz que é o mais brilhante da sua geração.
Nas sondagens já realizadas para as presidenciais, Guterres bate todos os eventuais adversários
Para ganhar só é necessária uma condição: querer ser candidato. Se estiver hesitante, talvez possa convencer-se com uma petição pública ou um manifesto de personalidades para que seja candidato. Muito prováveis, aliás, de acontecerem.