Portugal amordaçado
O Ministério da Administração Interna não revela a velocidade a que circulava a viatura oficial em que Eduardo Cabrita viajava quando atropelou mortalmente um trabalhador na auto-estrada, perto de Évora.
O Exército não revela pormenores sobre a situação de oito recrutas internados devido ao calor na terceira semana de junho.
A Carta Digital sobre os Direitos humanos, aprovada ou viabilizada por todos os partidos no Parlamento, abre o caminho à censura de opinião na comunicação social e nas redes sociais.
A Câmara Municipal de Lisboa denuncia activistas junto de poderes oficiais que os podem ameaçar e perseguir.
O Governo é cada vez mais opaco na divulgação de informações, mesmo à comunicação social.
A cerca sanitária em Lisboa é imposta sem estado de emergência, o que viola a Constituição.
As escolas fecharam abruptamente no Algarve por causa do Covid-19 e colocaram milhares de crianças em casa, quando o governo garantiu que tal não voltaria a acontecer.
A política Covid-19 mantém matrizes desactualizadas que tornam ingerível a vida económica e social dos cidadãos.
O isolamento profiláctico do primeiro-ministro António Costa, apesar de vacinado, é um bom exemplo do absurdo, até criticado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Este alertou para a necessidade de “cabeça fria”, sem “alarmismos fundamentalistas”, no combate ao Covid. É um bom aviso à navegação mas que chega com um ano e meio de atraso. O Choque e Pavor de Março de 2020 e de Janeiro de 2021 fizeram o seu caminho na consciência dos portugueses e hoje deve ser tarde para mudar as agulhas.