Quake – Centro do Terramoto de Lisboa
É uma ideia magnífica que demorou oito anos a realizar por parte dos seus promotores, Maria João Cruz Marques e Ricardo Clemente e da empresa que formaram, a TurCultur – Turismo e Cultura de Portugal. A ideia surgiu em 2014 mas só em 2022, após o arrendamento de um espaço do domínio privado da Câmara Municipal de Lisboa, ultrapassados os obstáculos de licenciamento, bem como a Pandemia Covid-21, o Quake – Centro do Terramoto de Lisboa de 1 de Novembro de 1755, abriu portas na Rua Cais da Alfândega nº 39, numa artéria por detrás do Museu dos Coches, em Belém.
O Quake é uma experiência única de tecnologia sobre um acontecimento que na altura teve uma repercussão praticamente global face ao seu impacto trágico, destruindo uma cidade e matando cerca de 10 mil habitantes, e à ausência de explicações científicas para o fenómeno, tendo muitos religiosos atribuído a catástrofe a um castigo divino pelas audácias da razão e do iluminismo em pleno século XIX, com Voltaire como figura de topo internacional e o Marquês de Pombal como a grande personalidade nacional.
A visita ao Quake, sempre guiada, demora um pouco mais de uma hora e abrange várias salas que se abrem sucessivamente, de dez em dez minutos, com muitas informações sobre o terramoto de Lisboa e outros sismos no mundo, a maioria delas interactivas e com experiências imersivas. Há uma instalação que simula um tsunami como consequência do sismo, e duas salas com simuladores para os visitantes sentirem os efeitos de dois terramotos, o de Lisboa, e o de São Francisco, nos EUA, em 1906, as duas jóias da Coroa da experiência Quake.
O simulador do terramoto de Lisboa funciona numa sala que recria uma igreja da época, com recurso a vídeo mapping e efeitos especiais, já que o terramoto de 1 de Novembro de 1755 ocorreu quando muitas pessoas se encontravam nas igrejas a evocar os seus parentes e amigos falecidos.
O simulador está instalado em bancos corridos da igreja que abanam e trepidam simulando os efeitos do terramoto, que se estima ter sido de 8,5 a 9,0 graus na Escala de Richter.
Já o simulador do terramoto de São Francisco está instalado numa sala que recria o ambiente de uma habitação da cidade da costa oeste norte-americana e tem um estrado que se move, simulando o sismo, que teve uma intensidade de 8,0 na Escala de Richter.