Rússia e EUA: fortes aliados na luta contra o terrorismo
O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken considerou “hediondo” o ataque terrorista na sala de concertos Crocus City Hall em Moscovo, que vitimou mais de 100 pessoas, e disse que os EUA “apoiam o povo russo”.
Inimigos declarados na guerra da Ucrânia, EUA e Rússia têm sido fortes aliados na luta contra o terrorismo. E continuam a sê-lo, com a questão ucraniana a não prejudicar esta aliança.
O gesto norte-americano pode, aliás, ajudar a desanuviar o clima entre os dois países, que teve o seu ponto mais negativo há cerca de um mês quando o presidente Joe Biden chamou “sacana maluco” ao presidente russo.
Desde o atentado das Torres Gémeas em 11 de Setembro de 2001 (11-S) que EUA e Rússia apoiam-se reciprocamente nesta luta.
Logo após o 11-S o já então Presidente Vladimir Putin telefonou ao então presidente dos EUA , George W. Bush a manifestar-lhe solidariedade. Foi dos primeiros chefes de Estado a fazê-lo.
Quando a Rússia sofreu dois atentados de terroristas chechenos, causando centenas de vítimas, no teatro Dubrovka em 2002, em Moscovo, e na escola de Beslan, na Ossétia do Norte, em 2004, George W. Bush teve o mesmo gesto.
Em 2004, logo após a invasão do Iraque pelos EUA, Bush recebeu um telefonema de Putin preocupado com ele e os efeitos políticos e pessoais da sua firme e corajosa decisão.
O jornalista norte-americano Bob Woodward, no livro “Plano de Ataque” (editora Difel, Lisboa 2004) conta que Bush ficou muito sensibilizado com Putin: “Foi um telefonema amigo . E apreciei isso”. “Foi a única chamada que recebi desse género , é bom que se diga”.