Tempos de ruptura
Vivemos tempos de rupturas
A matéria-prima faz-se do protesto surdo, da frustração e raiva das pessoas.
Alimenta-se de mil problemas que se sentem em várias latitudes, seja nos EUA, seja em Portugal.
Problemas criados pelo capitalismo desenfreado que aumenta extraordinariamente as assimetrias.
Problemas de má gestão e má governação que não resolvem e agravam os problemas das pessoas.
Sentimentos de cansaço com um sistema político e económico que se perpetua com os mesmos líderes e as mesmas castas.
Elon Musk apoia Trump efusivamente, surfando as ondas de descontentamento dos norte-americanos que podem dar de novo a vitória ao ex-presidente dos EUA.
Por cá, André Ventura escolheu a guerra contra o governo e o primeiro-ministro, também a pensar no aumento do descontentamento dos portugueses em próximas eleições.
Pedro Nuno Santos também está a fazer rupturas à sua maneira.
Atacou, como nunca se viu no PS, os comentaristas do partido nas televisões que o criticaram por não definir a posição do partido no Orçamento de Estado e o pressionaram a deixá-lo passar.
Anunciou dias depois a abstenção do PS no OE.
Se tivesse feito a ruptura definitiva, votando contra o OE, podia tornar-se num Ventura de esquerda, perdendo votos ao centro mas ganhando muitos à esquerda.
Tempos de ruptura são também tempos de crise e de grandes contradições.
Também de grandes oportunidades para aventureiros.
Dois grandes bafejados pelas disfunções do capitalismo, Trump e Musk, tentam ser os protagonistas da ruptura.
Por aqui Ventura há muito que fez a sua opção.
Aguarde-se o que Pedro Nuno Santos fará ao PS e ao país.