Trump: agora é que ele é mesmo perigoso
De repente, por causa de uma bala junto à orelha, Trump tornou-se um homem praticamente respeitável aos olhos de alguns centros de poder, analistas e comunicação social.
O discurso religioso e a postura de bom samaritano na convenção republicana que o entronizou como candidato republicano às eleições presidenciais de Novembro confirmaram esta tendência.
Parece que de repente se esqueceu o passado diabólico deste homem, em termos políticos e psicológicos.
Na América tudo é possível. E foi possível a justiça americana condenar dezenas de invasores do Capitólio em Janeiro de 2021 a pesadas penas de prisão e deixar o seu autor moral e principal instigador, com provas óbvia, à solta.
E aí está Trump, mais perigosamente demagogo do que nunca, mas com uma agenda certeira que vive dos erros dos mais qualificados, política e culturalmente, que fazem perdurar guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, com falhas morais de dois pesos e duas medidas, gastando a rodos no armamento, tratando tiranicamente muitos países do mundo com a soberba total do Ocidente, deixando o capitalismo e a globalização selvagens à solta, criando assimetrias gigantescas …
Os populismos continuam a viver das falhas profundas dos sistemas e da má governação, assente em dois pecados mortais: esquecer a paz e o interesse público.